Em 03 de janeiro, primeiro dia de retorno das atividades na sede do Sindicato das(os) Servidoras(es) Públicas(os) Municipais de Teresina (SINDSERM) uma reunião com entidades do movimento estudantil, sindical e popular aconteceu no intuito de conformar uma Frente de Lutas Contra o Aumento no preço das passagens de ônibus que fazem o transporte público coletivo na capital. Uma proposta abusiva de 11,67% no preço foi anunciada ainda no final do ano e colocou a população em alerta para esse assalto previamente anunciado para R$ 4,02 no preço da passagem inteira, onde posteriormente já foi afirmada uma proposta de aumento para até R$ 4,71.
Hoje, dia 07, e amanhã, 08, devem ocorrer mobilizações na praça do Fripisa, centro de Teresina, para dialogar com as(os) usuárias(os) do transporte e um novo encontro ficou marcado para quarta-feira(09) às 17h, na sede do SINDSERM.
Participaram da reunião e se comprometeram com a Frente de Lutas as seguintes organizações: Unidade Classista, DCE UESPI, DCE UFPI, RUA-Juventude Anticapitalista, UJC, Ruptura Socialista, PSOL, PCB, PT Municipal, UJS, SINTECT (Sindicato Trab. Correios), SINDSERM THE (Municipais de Teresina), LVJ, AMES, FENET, UJR (CAECO), CAHIS – UFPI, Assoc. Teresinense de Skate, Liga Acadêmica UFPI e FECEPI (Federação das Entidades Comunitárias do estado do Piauí).
As organizações não reconhecem a legalidade e questionam a legitimidade do Conselho Municipal de Transporte que aprovou a proposta de reajuste e enviou para a sanção do prefeito Firmino Filho (PSDB). O Conselho, com maioria já demonstrada subordinada à gestão do prefeito, foi criado para desviar o foco do debate da Câmara Municipal, limitando também o debate com a população. Como exemplo disso, as(os) estudantes foram impedidas(os) de entrar na reunião do Conselho no final de 2018.
Em novembro do ano passado, o Ministério Público enviou notificação ao prefeito, comprovando que não há motivo para nenhum aumento e recomendando que permaneça no valor atual de R$ 3,60. Caso seja autorizado pelo prefeito, Teresina passará a ter a passagem mais cara do Nordeste e com os menores percursos. Isto significa que será, proporcionalmente, uma das passagens mais caras do Brasil.
As medidas se complementam quando é relembrado o episódio onde Firmino conseguiu aprovação da lei que reduz o número de motoristas por aplicativos, uma notada concorrência frente ao caos que enfrentam os usuários do transporte coletivo. A lei é inédita no país e reduziu a quantidade de aproximadamente 2 mil motoristas. A intenção é de tornar mais caras as corridas (pela diminuição da oferta) e favorecer, com isso, o péssimo serviço prestado pelas empresas do SETUT.
Na reunião do dia 3 foram formadas três equipes: Comunicação/Mobilização, Jurídico/Institucional e Infraestrutura, que já começaram a trabalhar no dia seguinte. Para organizar a Frente de Lutas, as organizações se inspiraram nas vitórias do #ContraOAumentoTHE2011, que contou com grande contribuição do Fórum Estadual em Defesa do Transporte Público para conseguir uma vitória histórica, que também consagrou nacionalmente a palavra de ordem: MÃO AO ALTO, R$ 2,10 É UM ASSALTO! O movimento em Teresina reduziu o preço da passagem para R$ 1,90 e aquela vitória se espalhou por todo o Brasil, culminando com as Jornadas de Junho, dois anos depois.
O planejamento prevê a construção de uma manifestação para dar início aos protestos de rua, caso Firmino(PSDB) insista em aumentar a passagem.
SE FIRMINO AUMENTAR, TERESINA VAI PARAR!
PASSE LIVRE, JÁ! PARA ESTUDANTES E DESEMPREGADOS!
POR UMA EMPRESA PÚBLICA MUNICIPAL DE TRANSPORTE COLETIVO!