O mês de julho deve iniciar com greve nos órgãos da saúde municipal em Teresina. A decisão foi tomada por trabalhadoras(es) em Assembleia Geral Conjunta realizada na manhã desta terça-feira (19) em frente à sede da Fundação Municipal de Saúde (FMS). A convocação feita pelo Sindicato das(os) Servidoras(es) Públicas(os) Municipais de Teresina (SINDSERM), Sindicato dos Tecnólogos, Técnicos e Auxiliares de Radiologia (SINTTEAR), Sindicato dos Assistentes Sociais do Estado do Piauí (SINDASPI) e Sindicato dos Farmacêuticos do Piauí (SINFARPI).
A categoria tentou agendar reunião para discutir a pauta protocolada na FMS, mas os gestores se negaram a marcar uma data, sob alegação de que Sílvio Mendes (Progressistas) estaria viajando e somente ele pode agendar. Uma falta de respeito e uma truculência típica da gestão do Prefeito Firmino Filho (PSDB).
Além do desrespeito à Constituição Federal em 2017 e o reajuste de apenas 3% após a greve de 2018, bem como a não concessão de progressões e promoções (mudanças de nível), Sílvio e Firmino querem ainda retirar ilegalmente a insalubridade de centenas de servidoras(es) já no contracheque de junho próximo.
Assistentes sociais, farmacêuticas(os), psicólogas(os), profissionais de radiologia, administrativos, agentes de portaria, técnicos de patologia, dentre outros estão na lista que deve ser atingida pela decisão truculenta da gestão à frente da FMS e do presidente Sílvio Mendes. A informação chegou à categoria por meio de um memorando emitido pela Diretoria de Recursos Humanos da FMS datado do dia 21 de maio.
“O memorando já inicia falando em questão de adequação financeira, uma justificativa totalmente sem sentido, onde o próprio documento se contradiz. Insalubridade e periculosidade são direitos condicionados ao local de trabalho onde o(a) profissional exerce o seu trabalho profissional, independente do cargo. Também não deve ser objeto de adequação financeira, pois não é um privilégio ou incentivo e sim um direito trabalhista, que não pode ser retirado arbitrariamente. Nesse sentido, achamos várias falhas nessa ameaça de retirada e tentamos negociar para evitar disputas judiciais. Para nós, essa decisão é ilegal”, afirmou Sinésio Soares, presidente do SINDSERM.
No dia 11 de junho, o SINDSERM protocolou um pedido de reunião para tratar do assunto com o presidente da FMS, onde a resposta foi a possibilidade de uma reunião após o retorno de uma viagem do presidente do órgão. Após a Assembleia de hoje na FMS, nem mesmo um agendamento de reunião foi realizado e esse fechamento de diálogo por parte de Sílvio Mendes e seus assessores deixou a categoria indignada.
As entidades sindicais presentes (SINDSERM, SINTTEAR, SINDASPI e SINTFARM, bem como outras representações) decidiram acionar a justiça, o Ministério Público e a Delegacia Regional do Trabalho e iniciar o movimento paredista no dia 5 de julho.
“Retirar valores entre R$ 800,00 a R$ 1.600, 00 do contracheque de um servidor é um absurdo, um ataque brutal. Uma decisão que parte do gestor dentro do seu próprio gabinete, e nós verificamos que os locais de trabalho sequer foram visitados para a realização de laudos. A insalubridade é um direito nosso”, completou o presidente do SINTTEAR, Luciano Cunha.
A greve iniciará com uma Assembleia Geral, a partir de 5 de julho, em frente à FMS e deve atingir todos os locais de trabalho da saúde municipal. Até lá, a categoria já programa novos atos e tentativas de negociação para reverter a decisão anunciada pela FMS.