O SINDSERM, como já é tradição, participou da 17ª Parada da Diversidade organizada pelo Grupo Matizes e levou um trio para marcar as bandeiras de luta contra o machismo, a LGBTQIfobia, as opressões de gênero e classe, além do manifesto contra o recuo da programação mediante os ataques contra a primeira atração confirmada, o cantor Johnny Hooker, que foi substituído pela cantora Pablo Vittar para animar todas(os) que estiveram na avenida Raul Lopes neste domingo, dia 2. A participação do sindicato foi aprovada por meio do Coletivo de Gênero e Classe e o setorial LGBTQI+.
Durante o evento, foram marcantes as defesas pela diversidade de orientação sexual, de gênero e religiosa. Todas as cores e credos tiveram espaço aberto em uma firme demonstração contra a discriminação e o preconceito. A posição do SINDSERM sobre o evento é de apoio e participação, sem deixar de levantar aspectos importantes como a reflexão acerca do local de realização da Parada da Diversidade que já aconteceu na principal avenida da cidade, a Frei Serafim, uma vitrine muito significativa para as lutas de movimentos sociais, populares e sindicais da capital, até mesmo conhecida como Avenida das(os) Indignadas(os).
Um pouco de história
Relembrado mundialmente no dia 28 de junho, um episódio ocorrido nesta mesma data no ano de 1969, em Nova Iorque (EUA), marca o Dia do Orgulho LGBTQI+ (lésbica, gay, bissexual, travesti, transexual e intersexual, bem como demais orientações sexuais, identidades e expressões de gênero). A data histórica celebra a memória do enfrentamento à repressão policial e à violência no bar Stonewall Inn. As vozes e a indignação de Stonewall, desde então, ecoam em todo o mundo e fortalecem a luta da população que tem o direito de ser como bandeira política.
Tal levante deu origem, no ano de 1970, na 1º parada do orgulho LGBT, repetindo-se em diversos países, inclusive no Brasil. Surgem, assim, diversos focos de organização com tons mais fortes de denúncia e pela criminalização das opressões de gênero. Celebrar o orgulho LGBTQI+ é, acima de tudo, um compromisso político de exigir o fim da violência e das mortes pelo mundo.
A opressão em números
O Grupo Gay da Bahia, responsável por levantamentos sobre violência contra gays, lésbicas, bissexuais e pessoas trans no Brasil, apurou que o preconceito assassinou uma pessoa LGBTQI+ a cada 19 horas no Brasil em 2017. Das 445 pessoas mortas no ano passado, 194 eram gays, 191 eram pessoas trans, 43 eram lésbicas e cinco eram bissexuais. Lamentável! O índice coloca o Brasil como o país em que mais ocorrem assassinatos de LGBTQI+’s no mundo.
A condenação à morte é o fim de todo um ciclo violento e de negação de direitos ao qual essa população é exposta. Discriminação no ambiente de trabalho, postos precarizados, ausência de leis rígidas de proteção e combate aos crimes de gênero, prostituição como saída de muitas(os) para sobrevivência e a atuação de governos influenciado por ideologias fundamentalistas no Congresso, nas Câmaras Municipais e no poder executivo, completam o cenário em que vivem as(os) LGBTQI+’s no Brasil.
Lutar contra tudo isso é, não apenas lembrar Stonewall ou participar das diversas paradas do Orgulho LGBTQI+. Nossas bandeiras devem exigir, todos os dias, as garantias necessárias para que nenhum(a) pessoa seja morta ou tenha direitos negados pelo simples fato de existir e ser quem é.